Suavemente...
Como o outono passa a ser inverno.
Suavemente as estrelas que me lembravam você vão se tornando poeira cósmica.
Tão sútil quanto o nascer e morrer de um peixe no oceano.
E aos poucos eu vou notando como suavemente os ônibus lotados de pessoas vazias partem, e como se meu coração fosse uma mera ferroviária, um mero entra e sai, eu noto que já não basta anotar telefones e escrever poesias.
Suavemente os diários das inocentes garotas se lotam de cartas, de papéis de bombons dados por aqueles garotos que não sabem o que é escrever seu nome do lado do de alguém e desejar com os dedos cruzados e olhos fechados que pelo menos uma vez dê tudo certo.
Não é sempre assim, as vezes o céu vai se abrindo suavemente, mas se fecha com a velocidade da luz.
Entretanto eu ainda vejo beleza. Apenas na suavidade...
Nas mãos tremulas dos casais de velhos que ainda sim se seguram firme.
Na suavidade do beijo que o garoto dá em sua namorada que chora.
Nas histórias de amor bonitas, porém curtas.
E com suavidade que eu venho tentando viver. Sem deixar que toda a minha intensidade me domine.
Um bilhete na xícara de café logo de manhã, escrito na sua letra, toda torta, apenas um "bom dia" e um "eu te amo" me fariam chorar bem mais do que uma poesia inteira.
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