domingo, 2 de setembro de 2012

Minha pequena


Não vou mentir, dizer que nunca pensei em te deixar, que nunca pensei em te esquecer. Mas ai vinha você, me chamava de amor, sussurrava no meu ouvido que me amava, me fazia derreter e eu ficava mais um pouco.
Ah, você era linda. Eu ficava te olhando, tão inocente dormindo, mas quando acordava era fogo. A gente tinha planos pro casamento, mas a vida te levou pra um caminho onde o ponto de chegada não era eu.
Um dia eu acordei e você estava sentada na cama, chorando baixo pra não me acordar. Eu não fiz nada. Acho que esse foi meu erro. Sempre deixando pra lá nossos conflitos, seus medos.
Quando você tinha crise de ciúmes eu achava engraçado, você pensando que alguém no mundo poderia me fazer desviar meus olhos dos teus.
Quando tava tudo bem entre a gente, naquelas quartas-feiras quando eu deixava o futebol de lado só pra te mimar, o mundo era perfeito, e ali, nos seus braços... Ah, eu poderia morrer ali.
De repente hoje, você tá com filhos e um marido que seja melhor do que eu poderia ter sido. Naquela casa que só ficou nos nossos sonhos, com quintal grande pras crianças.
Te vejo toda vez que fecho os olhos, mas eu sei que agora é tarde.
Outro dia passei em frente da casa que a gente morava, não tinha ninguém, mas eu fiquei ali olhando e lembrando. Lembrei de coisas que acho que nem você já tenha esquecido.
Umas coisas que eu queria esquecer.

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