quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Feliz por estar triste.

As tempestades da vida esperam por você e não saem de perto de ti mesmo que você se isole do mundo. Acho isso irônico, já que se formos falar de felicidade... bom, ela some, ela escapa entre os dedos, ela vira poeira em um piscar de olhos e ela de tá pouquíssimas chances.
Ainda tem gente que vem me falar que ser feliz é fácil.
Que basta se jogar...
Mas parece que toda vez que eu me jogo a felicidade se abre e me deixa cair num precipício sem esperanças, sem nada, absolutamente nada.
Acho que o problema sou eu.
Acho que a alegria tem medo de mim, ou então eu que tenho medo dela.
 A gente não se entende, não se combina.
Eu quero músicas com letras profundas, ela quer samba de boteco.
Eu quero café e bebidas fortes, ela quer cerveja e caipirinha.
Eu quero valsa e tango, ela quer carnaval e farra.
Eu quero escrever mas ela quer que eu apenas sorria e acene.
Não, eu não sei ser feliz. Mas a essa altura começo a cogitar a hipótese de não querer ser.
Para que ?
Para que ser feliz se isso jamais me tornaria completa ou melhor ?
Eu não sei viver assim, sem ter sobre o que falar mas sorrindo de orelha a orelha.
Não é para isso que estou aqui. Se cada um tem uma missão a minha é encontrar beleza no musgo encrostado nas paredes do fundo do poço.
Melancólica por natureza, vendo beleza em um mundo que ninguém mais vê. Comemorando a inteligência que a tristeza me trás e a pessoa melhor que ela me faz. 

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