sábado, 14 de julho de 2012

Antes tarde do que mais tarde

Ontem pensei em você por dois segundos até perceber o quão estupida estou sendo. Apaguei sua imagem e seu telefone da cabeça… Como se você fosse apenas um trago do meu cigarro eu te soltei, e vi sua fumaça tóxica bailar no ar gelado.
A música triste, aquele blues, me deixava tão carente, tão sozinha, tão boba, tão infantil. 
Troquei os discos… Coloquei um bom rock para confortar a alma e aquecer o coração que você esfriou. 
Olhei em minha volta, vi nas gotas da janela que o mundo lá fora nunca parou, por mais tempo que eu tenha permanecido aqui, que eu tenha me trancado da vida. 
Como um relógio parado desde que você partiu eu venho me mantendo da mesma forma, bebendo todos os dias um gole do seu veneno… 
Joguei suas coisas fora, todas as falsas ilusões e promessas não cumpridas que sustentava você em mim e eu na sua. 
” De uma vez por todas, chega. ” - Disse eu tirando o pó da estante e colocando um bonito vestido de festa. 
Enchi uma taça de vinho, e deixei que a música embalasse, que a música me levasse para onde eu tivesse que ir. 
Tanto esperei por nada, e nada foi o que recebi por tudo que te dei. Mas quer saber de uma coisa ? 
Pode ficar com tudo ! 
Nada disso me teria utilidade, não mais. 
Ontem foi que eu percebi que te perder já não dói tanto, afinal, inúmeras foram as vezes que isso aconteceu. 
E sei lá, de repente é verdade que quem muito deixa de comparecer acaba deixando de fazer falta. 
Sim, me acostumei a não te ter… 
Agora que consigo te mandar embora de uma vez dos meus pensamentos, não trancarei meu coração, o deixarei aberto para amar, para pulsar, por outro alguém, mesmo que me machuque, não dá para desistir, afinal, coisas boas e más acontecem o tempo todo.
Só para concluir, antes que eu me esqueça, troquei as fechaduras, então não se preocupe se não conseguir mais entrar, no fim a gente sabe que aqui nunca foi o seu lugar.  

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