Se me perguntassem ontem, eu diria que não existe nada que eu queira mais do que o seu amor ...
Mas se me perguntarem hoje, eu só queria um lugar pra repousar, um lugar seguro, longe de todos, inclusive de você.
Não me pergunte como, mas de repente eu consigo dizer as palavras que sempre me fizeram tremer.
Hoje, eu acordei meio sem sentido, mas também sem medo de perder e sem vontade de ganhar.
Não quero nada...
E de repente me bate uma vontade de não querer mais você, de não te procurar, de não te atender.
E meio que do nada, por motivo algum, eu simplesmente queria desaparecer da sua vida ...
Acho que conseguiria pronunciar as palavras que me davam tanto medo: eu consigo viver sem você.
Tinha medo de não precisar do seu ar pra respirar.
Medo, de não precisar do seu cafuné antes de dormir.
Medo de ser quem sou, medo de crescer, medo de conseguir viver sem sustentação, sem um lugar pra me apoiar.
Consigo ver agora que no fundo você sempre foi minha barra de proteção, a mão amiga que me ajudava a atravessar a rua.
Mas um dia toda criança precisa tirar as rodinhas da bicicleta e se lançar ao mundo.
Oh, sim eu te amo.
Amo, talvez por costume, amo talvez por gratidão, mas de uma forma ou de outra lhe amo.
A única coisa que me impede de ficar para sempre ao seu lado, é que nesse exato momento consigo perceber o quão vaga é essa expressão, e o quão estúpidos são os que a usam.
Podemos ser amigos, não daqueles que frequentam um a casa do outro, nem daqueles que mandam presentes e cartões, não tão amigos, mas quem sabe ao menos aquela coisa sadia, sem rancor, sem magoa, sem dor a cada foto que for vista.
Queria acabar certo, mas acabar é sempre errado.
Calma, não é por outra, não cabe ninguém no seu lugar, já que nem mesmo você pode ficar aqui, o que faria outra ?
É que preciso de um tempo para aprender novas coisas, para estar em outros lugares, e você acabou se tornando minhas algemas.
Eu quero voar.
Então por favor não chore, e não me faça ficar.
Nossas dividas um com o outro podem acabar agora (...)
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