domingo, 9 de dezembro de 2012

Skyfall


E parece que o mundo vai acabar esta noite.
O céu se abre, o chão também. Cortaram nossas asas. Estamos caindo, tão fundo, tão, tão, tão fundo.
Eu queria ter sua mão para segurar, mas tu me soltou, e agora caímos separadamente, para o mesmo fim.
A fumaça vermelha se espalha. Cheiro de rosas, que não são de amor, são de perda, são de morte. Quem morreu ? Ora, fomos nós. Morremos, querido. Seria romântico se não fosse psicótico. Mas que se danem os métodos e os médicos, morremos e agora não se há o que fazer, não se há conselhos a receber, ou avaliações, comportamento ou postura. Não adianta o dinheiro, não adianta o status, não adianta o poder. Morremos, e não sobrou nada.
Enterrem.
Este lugar me faz lembrar minha infância. As horas que passava sozinha, com amigos imaginários, porém tangíveis. A casa sempre tão triste. O problema era eu.
Abram as janelas, será um bonito espetáculo, como o por-do-sol, que você prometeu me mostrar. Nunca mostrou.
E agora morremos. É o fim ? O nosso sim.

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