Ele me pediu um tempo para pensar. As nuvens carregadas descarregaram toda a água em cima de mim. Olhei pela janela, nada pude ver. A casa toda escura. Minha música, meus cigarros, e a chuva, foram só o que sobraram.
Ele me disse que precisava voar. Não entendi como, pois sem ele perco minhas asas. Mas soltei as amarras, o libertei das coleiras, deixei que se fosse. Aguentando a vida, como se tivesse um peso ainda maior, sem ninguém para me ajudar a suportar. Passo horas olhando para o relógio e esperando, em vão, o telefone tocar, na sala escura, e bagunçada. Nunca tocou.
Te guio por pensamento, te espero, como um mendigo espera por algum trocado, sentado numa esquina qualquer. Era para ser romântico, mas você me conhece bem, e sabe que esse é meu jeito sépia de viver.
E onde está o nosso amor clichê ?
Virou piada, conversa fiada de mesa de bar.
Era para ser grande, agora é apenas grandiosamente triste.
Será que tu me escuta gritar teu nome em cada texto que escrevo ?
E quando se cansar de voar, volta pra casa... Até agora, não sai do lugar.
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