Estava tudo calmo... Parecia estar. Pela janela, ela via o céu brilhar lá fora, e a vida correr como quem está atrasado para alguma reunião. Dentro da casa, o cachorro abanava o rabo contente; Sua mãe preparava uma torta "Não coloque o dedo na massa ! " - ela dizia ao filho mais novo.
O pai assistia o jornal de esportes, reclamando quando falavam mau do seu time.
Ela fechou a porta do quarto, e colocou uma canção de fundo para os seus pensamentos conturbados. Se atirou na cama novamente, cobriu a cabeça, como se isso adianta-se para alguma coisa.
"Que droga" - reclamou em voz baixa.
Quem seria ligando para ela ?
Tanto fazia, ela não atenderia. Até porque a única pessoa com quem queria falar não se dava nem ao trabalho de pedir seu telefone.
" Você está bem ? " - perguntava sua mãe com voz de preocupação. Ela concordava com a cabeça e discordava com o coração. Mas de que importa ? Se quem importa, não se importa.
Tinha se lembrado de trancar a porta do quarto ? Não, não tinha. O pai estava com a cabeça metida no quarto com a porta entre aberta. "Parece que nada que a gente faz te anima" a frase era agressiva, mas a voz era suave. Ela tinha pena dos pais, sempre faziam de tudo por ela... Era infeliz, sem motivo para ser, e isso a deprimia cada vez mais.
Se ao menos ele se importasse...
Mas tanta gente se importava, e porque era dele que ela queria atenção ?
"Sou uma idiota" - pensou. Depois apenas adormeceu. Pelo menos nos sonhos o mundo era do jeito que ela queria. E tudo que ela queria era apenas um pouco de amor. Era pedir demais ?
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