quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Quinta-feira infeliz
Aquela manhã, quente, de quinta-feira, ela se levantou disposta a dar um rumo para sua vida. Caminhou, sonolenta, até a cozinha. Requentou o café. Odiava café requentado, mas enfim. Sentou-se numa cadeira do lado de fora da casa. Observava o céu, como quem pede abrigo, proteção. Olhava para o chão, como se nele visse as próprias pegadas, os caminhos que outrora lhe trouxeram aquele lugar. Silêncio. Nenhum pássaro cantou aquela manhã.
Mentalmente ela assobiava uma antiga canção. O telefone tintilou na sala...Que tocasse. Nada a tocava. Uma dor aguda lhe subiu ao peito, como se quisesse, de repente, explodir. Passou as mãos frias no rosto. Lágrimas carregadas de cansaço lhe pintaram a face e mancharam qualquer resquício de esperança. Ele partira, e rasgara todos os os mapas, quebrara todas as bússolas, e aquela manhã não ventava. Ela estava sem rumo. Onde ficava o norte ? Em frente, enfrente. Não dava. Seus pés se fincaram como âncoras. Era apenas mais uma perdida em auto mar. Logo toda a água não significaria mais nada. Logo ela morreria em vão.
Não adiantava. Não tinha salvação. Não existiam caminhos para se seguir. Não existia mais vida para se mudar.
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