domingo, 21 de julho de 2013

Relato de um coração que sofre

Ei, vamos ser um pouco nostálgicos ? 
Dia 28 de novembro de 2010 ... eu nunca vou esquecer. Foi o dia que eu nasci, ou o dia que uma parte de mim morreu, talvez a inocência tenha sido sepultada nesse dia, ou qualquer outra coisa que faz uma certa falta agora. Mas se querem falar de saudade, se querem falar de amor, me deixem contar essa história. 
Eu não sei o que aconteceu naquela noite, não porque não me lembro precisamente, mas sim porque vai além do raciocínio lógico, foi mágico, seria um milagre se não fosse tão triste.
Ele sorriu para mim antes de encostar os lábios tremendo, nos meus igualmente trêmulos. Quando eu fui embora já não era mais eu, nada pareceu igual, e me lembro de ter olhado pela janela do carro em movimento e pensado "que noite perfeita".
Não sei se foi ali que me apaixonei, talvez tenha sido muito antes daquele dia, ou se foi muito antes de conhece-lo. Nada disso era minha intenção, entendem ? Ama-lo além da conta, sem limites, ama-lo mais do que a mim mesma, ser tão dependente das lembranças e do cheiro dele que nunca muda... Nada disso era minha intenção.
Eu queria ter alguém para culpar, alguém que assumisse a culpa por tudo, que me livrasse da dor de não entender o porque... Mas não há culpados. Eu me apaixonei perdidamente, ele apenas se perdeu...
Se ele prestasse atenção a cada vez que me encontra por ai, perceberia o quanto meus olhos gritam desesperadamente por uma gota de um amor que não existe. Se ele percebesse que nas rodas de amigos meus olhos sempre estão compenetrados nele, que meus textos, como este, são exclusivamente para tentar aliviar o peito desse amor espinhoso.
Nós poderíamos ter dado certo se eu não o amasse tanto.
Outras conseguiram o que eu não consegui alcançar, tê-lo, possui-lo, mas não tem poesia, não é de verdade, são frases prontas, beijos carnais, não chega nem perto do que eu teria para oferecer. Não as invejo, mas as vezes tenho raiva, não por estarem com ele mas sim por não darem o devido valor, o que eu daria.
Foram só três noites, há três anos, e eu não consigo esquecer.
Ele é tudo, o motivo de todas as coisas, o inicio da minha existência... Ele é o vicio que tento esconder, minha maior abstinência, uma carência estúpida, uma dor latejante, o amor mais sem motivo que eu poderia ter.
E eu disse para ele um dia, "ninguém nunca vai te amar como eu", e eu juro que até hoje não vi nada que se assemelhe... E você ?

terça-feira, 5 de março de 2013

Minha maior insensatez


Para ser sincera não me lembro, mas deve ter sido assim desde o começo. Sempre com medo de que você acordasse e desistisse de mim, hoje esperando que um dia você se levante, preguiçoso, e enquanto abre as janelas do quarto se lembre que estarei sempre aqui.
Os anos vão passando, a estrada vai se abrindo cada vez mais. Hoje, julgo improvável que nossas rotas se cruzem, novamente. Ainda sim, espero.
E para ficar bonito no texto, digo que choro todas as noites, mas a realidade se difere, sequer sei o que é chorar.
No espelho a expressão clara de cansaço, mas não de derrota. Eu não sei porque, mesmo sem motivos, mesmo sem razão, eu nunca fechei a porta para você.
 E o que sinto, dizem, ser amor, mas não é. Amor não chega nem perto, o que sinto por ti é um sentimento sem nome, é quase loucura, insensatez, é absurdo, tema de poesia, o que eu sinto por você é o que ninguém jamais sentiu.

Sua odiável forma de vida

Eu odeio a forma como você desvia o olhar quando te encaro; Odeio seus vícios  suas manias; Odeio quando você se faz de santo; Odeio quando diz “ninguém me ama”. Sério, não suporto quando você começa a agir como vitima, como se o mundo só fosse ruim para você, como se ninguém mais sofresse no mundo; Eu odeio quando falam de você para mim, como se eu precisasse saber, como se pudesse resolver alguma coisa, ou mudar algo. Odeio quando agem como se eu nunca fosse te esquecer, te superar; Odeio as meninas que tu me apresenta e as que não apresenta também; Odeio te ver abraçando outra pessoa; Odeio não conseguir controlar seus pensamentos; Odeio ter sido só mais uma pra você; Mas a cima de tudo odeio não fazer mais parte da sua vida. 

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Pouco me importa


Pouco me importa que os prédios peguem fogo. Pouco me importa que o mundo acabe em fogo. Pouco me importa que o seu time seja rebaixado. Pouco me importa que a Dona Maria largou do Seu José. Pouco me importa os motivos, os meios, as estradas esburacadas. Pouco me importa quem veio para explicar, tão pouco, quem veio para confundir.
Pouco me importa se morreram mil pessoas ou apenas uma atriz famosa. Pouco me importa os indicados ao Oscar. Pouco me importa a novela das oito, sete, cinco...
Pouco que me importa os congestionamentos, as guerras, a fome do mundo.
Me chamem de cruel, sem coração, inóspita, intratável. Pouco me importa.
As dores que sinto não passa no horário nobre da sua televisão. As guerras que enfrento, para muitos, não são nada demais. Meus dramas não ganham prêmios  Minhas tragédias não saem na primeira página, do seu jornal matinal. Minha vida não está na sua estante pegando poeira. Meu mundo explodiu e ninguém veio filmar. Eu morri e ninguém percebeu.

Amar, desamar, matar


Margarety acordou um pouco louca, naquela manhã. Pintou os cabelos de vermelho, passou um batom da mesma cor, escolheu uma roupa branca, pra deixar bem marcada a coloração rubra que tem o amor.
Saiu pelas ruas, cantando com os passarinhos, como se fosse só um dia comum. O sol brilhava, nenhuma nuvem no céu azul celeste. As arvores balançavam, suaves, com o vento, parando apenas para a imensidão dos aranhas céus.
No meio da multidão, que vinha de todos os lados, para o mesmo, mesquinho, lugar, Margarety parecia ser comum. Sua insanidade estava por trás daquele sorriso descontraído  A loucura se esconde em ouro, em diamante, a loucura se esconde em panos de cetim.
Caminhou por algum tempo, mas nenhuma distancia do mundo a impediria daquele ato tão digno de premio, porém nada digno de admiração.
Sem correr, sem deixar a maquiagem borrar.
Chegou. Avistou o que queria. Se aproximou com cautela, como se fosse uma caçadora, pronta para efetuar um disparo.
Com as mãos magras e os dedos finos, tão frios quanto seu próprio ser, ela alisou aquela pele, sentiu aquele gosto, sentiu aquele cheiro. Seria o bastante ? Não, nunca é o bastante.
O arrastou até um beco qualquer;
"Nada planejado", jurou ao tribunal.
Rasgou a pele, esmigalhou os ossos, comeu o coração, se fixou nos olhos de pavor. Gostou do que sentiu; Da adrenalina, do amor escorrendo pela calçada, do amor caindo no boeiro, parando na torneira da casa da cidade inteira. O amor lhe manchando mãos, camisa, calças, rosto, alma. O amor lhe caia como uma luva, apenas uma facada e o amor escorre.
"Psicótica, louca, maniaco, sociopata. " - Os jornais listavam em sua primeira página.
Ninguém sugeriu um "apaixonada, incorrespondida, mal tratada, humilhada, solitária, traida.".
A policia, as sirenes  os investigadores, o tribunal, a penitenciaria; Não lhe parecia nada demais, perto do amor que já estava estampado em todas as revistas;  O cheiro dele permanecia em suas mãos.
Amor criminoso, bandido, maligno.
Amor doentio, amor de verdade.
Com algumas gostas de amor ela escreveu, para que todos pudessem ler, que o amor, ah, o amor... Se escreve com sangue e acaba com morte.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ah, teu tolo


Passei só pra avisar, querido, teus olhos caídos refletem uma aura enorme, uma tristeza enorme, pronta para se auto destruir.
Eu te pedi paciência, e no meio da sua audiência, do seu juízo final, eu soltei as amarras e tu caiu, livre.
Longe da minha vida, e dos meus pensamentos, das minhas dividas e minhas cobranças, você não cresceu, nada. Por mais que pense que agora tudo se resolve, devo alerta-lo que não, querido, não estamos nem perto de chegar a um acordo.
Talvez se tu pudesse parar de correr, parar de olhar para si mesmo e reconhecer ao seu redor milhares de vidas e formas, refletiria mais sobre a lei da ação e reação. Ouça com atenção, a batida do meu coração desacelerado, calmo, sereno. Tente comparar com o teu que pulsa rápido, mas pulsa desregulado.
Não que eu queira que tu viva a minha maneira, mas tente encontrar no universo um lugar para você, por enquanto, este lugar fica muito distante de mim.

Teu amor Efêmero


As estrelas eram tuas; Não todas, pois tive que deixar algumas para inspiração dos músicos e dos apaixonados; Reservei outras para serem entregues a outros amores, de outras pessoas; As restantes serviram para iluminar a noite de tons negros. Mas enfim, uma delas, pode ter certeza, era tua.
Tu recusou receber aquele brilho, se negou a ser guiado por qualquer luz que pudesse, outrora, ter sido minha. Desapareceu, como o vento desaparece depois de destruir uma cidade inteira, na calada da noite. Tu desapareceu e mesmo sabendo onde estavas não podia te procurar, porque era errado, porque era inútil, porque não valia a pena.
Agora volta, pedindo perdão, mesmo depois da tua falta ter fanado todas as flores do meu jardim. Me recuso a acreditar em ti, pois conheço esse seu amor efêmero, conheço suas artimanhas, já participei do teu jogo cruel, doloroso e egocêntrico.
Então passe para longe de mim; Volte para a caverna em que se abrigava; E esqueça o brilho que tua estrela tinha, ela há muito se apagou, e virou apenas poeira nos cosmos.